HORIZONTE HUMANISTA E FENOMENOLOGIA:
DO ECLETISMO ÀS AMBIGUIDADES NO DIÁLOGO
COM HEIDEGGER NA PESQUISA BRASILEIRA EM GEOGRAFIA

Nome: BRUNO RODRIGUES ZANQUETA

Data de publicação: 30/04/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTÔNIO ALFREDO TELES DE CARVALHO Examinador Externo
JOSIMAR MONTEIRO SANTOS Examinador Externo
LUIS CARLOS TOSTA DOS REIS Presidente

Resumo: A presente pesquisa se efetiva através da relação entre dois elementos básicos:
por um lado, o horizonte humanista-fenomenológico na pesquisa brasileira em
Geografia e, por outro, o pensamento de Heidegger, também designado - na
dissertação - como “fenomenologia-hermenêutica”. O cerne da articulação
desses elementos na dissertação constitui o problema da leitura dispensada ao
pensamento de Heidegger pelo horizonte humanista na pesquisa brasileira em
geografia, tendo em vista seus desdobramentos restritivos para a assimilação
do filósofo nessa comunidade da ciência geográfica. Para tanto, a pesquisa tem
como objetivo geral demonstrar a vigência, tendo como foco precípuo a análise
em trabalhos de síntese (livros) em publicações recentes que evidenciam a
reincidência em um problema que a crítica interna já desenvolvida no plano
interno da própria ciência geográfica já teria suplantado há décadas, a saber:
submeter a assimilação da fenomenologia- hermenêutica de Heidegger a uma
interpretação humanista, com o propósito de fundamentar uma concepção
humanista da ciência geográfica, desconsiderando o caráter frontalmente
incompatível do pensamento do filósofo com qualquer modalidade de
humanismo – por razões intrínsecas e estritas ao pensamento do filósofo, que
serão justificadas ao longo da dissertação. A via de interpretação humanista do
pensamento de Heidegger, com vistas à fundamentação do horizonte humanista
na Geografia, remonta ao movimento de renovação desta disciplina, no plano
internacional, na década de 1970. No contexto da pesquisa brasileira em
Geografia, o horizonte humanista começa a se difundir a partir da década de
1980, ganha impulso a partir da década de 1990, tornando-se, contudo –
sobretudo o diálogo com Heidegger – a partir da década de 2000 uma vertente
com ampliação e penetração institucional crescentes desde então. A reprodução
deste modo de assimilar e interpretar a fenomenologia-hermenêutica,
notadamente em trabalhos dotados do caráter de síntese (livros, teses e
dissertações), publicados recentemente no contexto da pesquisa brasileira em
Geografia, constitui, assim, o foco da problematização da dissertação.
Seguindo-se a exposição da interpretação humanista recorrente de Heidegger
como expressão da reincidência no ecletismo e ambiguidades características
desse horizonte, a dissertação buscará apresentar, por contraste, uma
perspectiva de assimilação dos elementos básicos da fenomenologiahermenêutica de Heidegger, tendo em vista o significado que seu pensamento
pode assumir ao serem assimilados numa ciência específica, qual seja: colocar
em perspectiva a possibilidade de uma interpretação da ciência geográfica em
bases fenomenológico-hermenêuticas, o que conflui com a investigação das
bases ontológico-existenciais da referida ciência.

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