EVOLUÇÃO PEDOLÓGICA EM DEPÓSITO TECNOGÊNICO EM ÁREA DE ATERRO SOBRE ECOSSISTEMAS FLUVIO-MARINHOS

Nome: PABLO DE AZEVEDO ROCHA

Data de publicação: 29/08/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRÉ LUIZ LOPES DE FARIA Examinador Externo
ANDRE LUIZ NASCENTES COELHO Examinador Interno
ANTONIO CELSO DE OLIVEIRA GOULART Examinador Interno
CLAUDIA CAMARA DO VALE Presidente
LIOVANDO MARCIANO DA COSTA Examinador Externo

Resumo: Os depósitos tecnogênicos podem ser definidos como formas ou depósitos resultantes da atividade humana, abrangendo depósitos construídos como aterros, ou induzidos. Podem desenvolver solos intitulados Tecnossolos, ou seja, solos dominados ou fortemente influenciados por material introduzidos pelo homem. Produzidos e/ou construídos de forma intencional ou não, são um modelo experimental interessante para a obtenção de conhecimento sobre os estágios iniciais da pedogênese, além de
grandes aliados para o enfrentamento de algumas das questões mais prementes do Antropoceno. Estudos de pedogênese em Tecnossolos no ambiente tropical evidenciam o papel chave dos seres vivos na intensificação e velocidade de processos
pedogenéticos. Essa pedogênese progressiva garante não só a reabilitação de áreas degradadas, como os serviços ecossistêmicos, como a própria recuperação do recurso natural solo. Nesse novo cenário, tem-se uma oportunidade para acompanhar, de maneira pioneira, transformações pedogenéticas em um novo solo de indução humana, porém transformado por processos naturais, desprovido, inicialmente, de estrutura pedológicas primárias bem definidas e com teores muito baixos de matéria orgânica, em seu estágio inicial de desenvolvimento. O objetivo deste estudo consiste na identificação da presença de processos pedogenéticos gerais e específicos em volume de material “tecnogênico” utilizado no processo de aterro para a construção do campus de Goiabeiras, da Universidade Federal do Espírito Santo, localizado na cidade de Vitória, onde, atualmente, os Tecnossolos são o novo sistema, em forte contraste com existentes antes do aterro, Neossolos Quartzarênicos e Gleissolos Tiomórficos, que compunham de grande maneira a área do campus antes da intervenção humana. Foram empregadas técnicas laboratoriais, microscópicas e espectrais para identificação de processos pedogenéticos no Tecnossolo da área de
estudo. Foram selecionados quatro pontos de amostragem no Campus. Foram realizadas análises de rotina química e física das amostras dos quatro perfis de solos. A fim de se ter maior detalhamento da assembleia mineralógica do solo em questão,
foi também realizada a difratometria de raios-X (DRX) nas amostras de silte do perfil 01, em aparelho PANalyticalX Pert. O perfil 01, mais próximo ao manguezal, foi selecionando para um maior detalhamento a nível microscópico, de modo que foram
realizadas observações micromorfológicas de amostras desse perfil. Ainda no aspecto de entendimento do ambiente em que esses solos estão submetidos, foram instalados piezômetros nos quatro ambientes visando ao monitoramento do lençol freático e à análise de parâmetros físico-químicos da água por sonda multiparamétrica, com a qual foram avaliados potencial hidrogeniônico (pH), potencial de oxidação e redução (Eh), sólidos totais dissolvidos (TDS), condutividade elétrica (CE), salinidade, oxigênio dissolvido (OD) e temperatura. Até o momento, é perceptível a detecção de processos pedogenéticos nos perfis estudos, com processos claros de gleização, rutificação, pedalização, melanização, goethização, podendo ainda serem investigados
processos de bissialitização e piritização. Por fim, destaca-se que a perspectiva geográfica de analisar a relação sociedade e natureza de forma articulada é bastante perceptível nos estudos referentes aos depósitos tecnogênicos, pois não há a
formação desses depósitos sem a intervenção do homem no equilíbrio dinâmico dos processos naturais.

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