Análise da difusão espacial da COVID-19 no Rio Grande do Sul
Nome: MAICON DOS SANTOS RODRIGUES
Data de publicação: 28/08/2024
Banca:
Nome | Papel |
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MARINA JORGE DE MIRANDA | Examinador Externo |
RAFAEL DE CASTRO CATAO | Presidente |
RIVALDO MAURO DE FARIA | Examinador Externo |
Resumo: Surgida em 2019, na China, a COVID-19 chegou ao Rio Grande do Sul em fevereiro de 2020 revelando grandes desafios na detecção, notificação e tratamento dos casos, além de promover intensas disputas na esfera da administração pública em busca da mitigação dos seus impactos na saúde pública, nas relações humanas e no processo produtivo. Nesse contexto, esta pesquisa analisa a dinâmica espaço-temporal da COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul, no período entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2023, com o intuito de compreender o padrão de difusão da doença e analisando as decisões políticas na gestão desta crise sanitária, buscando debater estratégias futuras para novos casos de disseminação de epidemias virais no estado. A Geografia se mostra ao longo da história como um importante instrumento para articular diferentes áreas do pensamento e, no caso da Geografia da Saúde, suas técnicas de análise espacial são utilizadas em mapeamentos desde o Século XIX para este fim, quando sob o enfoque teórico da Geografia Médica. Esta pesquisa se desenhou a partir de dados públicos sobre a COVID-19 no estado gaúcho, coletados no dia 15 de janeiro de 2023. Para processar os dados no sentido de compreender o comportamento da pandemia sobre o território do estado, foi utilizado o método de Análise Exploratória de Dados Espaciais, o que possibilitou a identificação de padrões de propagação que, ao serem cruzados com as estruturas espaciais do território e com as suas características demográficas, ofereceram as chaves de leitura fundamentais para alcançar os objetivos propostos. O comportamento espacial da doença entre as semanas epidemiológicas nove e 36 mostraram as características de difusão que predominaram em diferentes períodos no estado. A expansão observada teve influência dos intensos fluxos das regiões metropolitanas, com um rápido avanço para o litoral norte e, posteriormente, para a região norte. A complementação final da saturação de municípios contaminados ocorreu no sentido geral Oeste e Sul. Este estudo revelou, por fim, que a densidade demográfica e a complexidade das conexões econômicas foram impulsionadores
da COVID-19 sobre o território. A doença se instalou inicialmente nos municípios grandes e médios, percorrendo as rodovias federais BR290, 116 e 386, espraiando-se posteriormente a partir de outras rodovias de menor fluxo.