PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO: Uma análise a partir da infraestrutura no contexto da rodovia ES-471

Nome: JANETE SOUZA DE OLIVEIRA

Data de publicação: 28/03/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS TEIXEIRA DE CAMPOS JUNIOR Orientador

Resumo: Este estudo objetivou compreender a relação da infraestrutura com a valorização imobiliária e seus possíveis desdobramentos socioespaciais, analisando o caso da construção da Rodovia ES - 471 (Leste-Oeste). A Rodovia liga os municípios de Cariacica e Vila Velha, na Região Metropolitana da Grande Vitória. O período analisado estende-se de 2007, quando se inicia a construção da rodovia, até o momento atual. Esse recorte espacial se destaca como objeto de análise, porque durante e após à sua construção ocorreram transformações relevantes nas suas áreas adjacentes, dando-nos um indicativo de que a infraestrutura tem relação com a valorização imobiliária. O espaço urbano, que ganha relevância nessas escritas, vem passando nos últimos tempos por intensa transformação, fruto das diferentes disputas e relações estabelecidas com ele. A rodovia é entendida nesta abordagem como infraestrutura, e neste debate, a consideramos como
capital fixo e ao mesmo tempo fundo de consumo; ela aparece como parte do processo de reprodução do capital e do trabalho. Ressalta-se a hipótese de que essa infraestrutura não se realiza necessariamente para o aumento do bem-estar da sociedade. A criação de infraestrutura é um expressivo exemplo de investimento público que oportuniza espacialmente vários interesses ao mesmo tempo. Essas intervenções aparecem permeadas por intencionalidades e que com certa frequência priorizam a acumulação por meio da produção do espaço em detrimento da reprodução do trabalho. Essa situação é
constatável em muitos lugares das cidades. Sendo assim, torna-se relevante investigar a relação da promoção da infraestrutura na produção do espaço urbano por meio da produção imobiliária no entorno da Rodovia. Entendendo que o espaço é uma construção social realizada por muitas forças, os questionamentos dessa pesquisa são os seguintes:
no seu processo de instrumentalização da propriedade da terra, por que o capital imobiliário se apropria da infraestrutura? Por que a infraestrutura vira um mecanismo que contribui e/ou intensifica o processo de valorização imobiliária e não a promoção de uma cidade mais justa? Nossa hipótese inicial é de que o contexto atual é marcado pela lógica do capitalismo, que produzindo o espaço como mercadoria reproduz e amplia sua perspectiva de acumulação sob amparo da propriedade privada do solo urbano. Deste modo, o mercado imobiliário produzindo espaço instrumentaliza a propriedade da terra procurando formas de se beneficiar das diferenças materiais dos espaços criadas, por exemplo, pela infraestrutura.

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