CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE

Nome: RODSON DE ANDRADE ALLOCCA

Data de publicação: 18/08/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDSON SOARES FIALHO Orientador

Resumo: O conhecimento das condições ambientais é um elemento de grande importância para a
fixação e o desenvolvimento das sociedades. Nesse sentido, dentre as abordagens relativas às
dinâmicas naturais, o entendimento das características climáticas é uma forma de melhor
direcionar e estabelecer as relações da interface sociedade – natureza. As propostas de
classificação climática elaboradas para o território brasileiro, por seu generalismo, muitas vezes
não fornecem informações detalhadas em relação a áreas geográficas menores. Por essa razão
e pela influência direta do clima na saúde, no bem-estar e, até mesmo, no desenvolvimento de
diversas atividades econômicas das sociedades humanas, é necessária uma sistematização de
classificação da dinâmica dos elementos climáticos que possa fornecer maiores subsídios ao
planejamento e a gestão das ações antrópicas numa escala de maior detalhamento. O objetivo
desse trabalho é elaborar a classificação climática da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e a
escolha da área de estudos está justificada por sua importância nacional no âmbito da utilização
dos recursos hídricos para o atendimento das demandas populacionais em seus diferentes usos,
abarcando várias cidades tanto no estado de Minas Gerais, como no estado do Espírito Santo.
Essa classificação está baseada no método de Classificação Climática de Novais (2019),
adaptando o uso do software de modelagem ambiental Dinamica EGO como ferramenta
intermediária no processamento e na espacialização dos dados. Para a delimitação das unidades
climáticas foram utilizados dados de reanálise do algoritmo Climatologies at high resolution
for the earth’s land surface areas (CHELSA), elaborado por Karger et al. (2017). O uso dos
dados de reanálise é um recurso técnico que permite obter as informações das características
climáticas de áreas desprovidas de estações oficiais, otimizando o fornecimento de dados sobre
território nacional. O método adotado se encontra em construção, pois algumas áreas do
território brasileiro ainda não foram classificadas em todos os níveis hierárquicos. Como
hipótese de pesquisa temos a perspectiva de que é possível gerar um refinamento da
classificação climática na área de estudos, pois o sistema de classificação de Novais (2019) é
estruturado em hierarquias, permitindo, seguindo critérios definidos, uma variação nos níveis
escalares, possibilitando que áreas menores possam ser classificadas com maior nível de
detalhes. Nesse sistema, a classificação pode ser dividida em Zonas Climáticas, Climas Zonais,
Domínios Climáticos, Subdomínios Climáticos, Tipos Climáticos, Subtipos Climáticos,
Mesoclimas e Topoclimas. O estabelecimento das unidades climáticas de acordo com Novais
(2019) possui como critérios a temperatura média do mês mais frio (TMMMF), a quantidade
de meses secos, a influência e atuação de sistemas atmosféricos no regime pluviométrico e a
passagem de frentes frias possibilitando a ocorrência de geadas. Com a aplicação do método,cuja a escolha relaciona-se ao seu grande potencial de abordagem, foi possível a delimitação de
76 Subtipos climáticos ao nível da bacia, além de representar um avanço na análise do clima
nas escalas geográficas inferiores, pois estabeleceu 6 Mesoclimas e 5 Topoclimas no município
de Ponte Nova, MG. As informações geradas através da classificação, por contemplar diferentes
níveis de abordagem escalar, podem, portanto, ser utilizadas nas tomadas de decisões relativas
ao planejamento e a gestão ambiental da área, além de ser uma contribuição na construção e na
aplicação do método para todo o Brasil.

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