MOBILIDADE ESPACIAL PARA ESTUDO E MUDANÇAS NO
ESPAÇO DE VIDA DOS ESTUDANTES DE ENSINO SUPERIOR DA
REGIÃO NORTE FLUMINENSE
Nome: JÉSSICA MONTEIRO DA SILVA TAVARES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/08/2022
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| AURÉLIA HERMÍNIA CASTIGLIONI | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| AURÉLIA HERMÍNIA CASTIGLIONI | Orientador |
| EDNELSON MARIANO DOTA | Examinador Interno |
| ÉRICA TAVARES DA SILVA ROCHA | Examinador Externo |
| PABLO SILVA LIRA | Examinador Externo |
| WILSON FUSCO | Examinador Externo |
Resumo: A mobilidade espacial da população apresenta grande relevância nos espaços urbanos e na dinâmica das cidades. Entre os tipos de mobilidade, destacam-se as migrações e os deslocamentos pendulares. Em que pese a predominância dos movimentos por motivo de trabalho, deslocamentos populacionais para fins de estudo também são relevantes e merecem ser investigados. Nesse sentido, o objetivo geral é analisar de que forma a mobilidade espacial transforma ou provoca alterações no conjunto de lugares que o estudante vivencia e na sua própria experiência, à luz do conceito de espaço de vida. Trata-se da busca por enriquecer o estudo da mobilidade populacional, que resulta em mudanças no espaço de vida dos indivíduos. A partir da criação de tipologias e mapeamento do espaço de vida dos estudantes que se deslocam pelo espaço, a tese pretende contribuir com esforços teóricos e metodológicos para a compreensão do fenômeno e seus reflexos nos indivíduos e no espaço, privilegiando o indivíduo sobre o fluxo. Visto que a geografia de oportunidades varia de uma região a outra e a mobilidade espacial é relevante na composição do espaço de vida dos indivíduos, a partir das relações espaciais desenvolvidas cotidianamente, propõe-se uma abordagem quanti-qualitativa na análise dos deslocamentos populacionais para estudo em áreas não-metropolitanas, analisando quais causas, atores, implicações e significados constroem a mobilidade espacial para estudo. Além dos dados secundários, foi realizada uma pesquisa primária com questionário on-line, devido às restrições impostas pela pandemia, endereçada aos estudantes de graduação do município. Posteriormente, alguns perfis foram selecionados para participar da segunda fase, onde foi feita a descrição, mapeamento e análise de seus espaços de vida. Os resultados foram apresentados por meio de gráficos, tabelas e mapas. O perfil da maioria dos participantes é o seguinte: mulheres (63,6%), com predominância da faixa de 20 a 24 anos (55%), da cor branca (55%), solteiros e sem filhos (77%), com renda mensal familiar de mais de um a três salários mínimos (45,5%), oriundos de escola pública na educação básica (70%). A maioria dos pais não possui ensino superior completo. A residência secundária é utilizada por 20% dos participantes, sendo a maioria de aluguel, contribuindo com a economia do município. O principal motivo do deslocamento entre residência principal e secundária é o estudo para 75% dos participantes. Foram identificados os principais lugares frequentados pelos estudantes em Campos e, para o grupo específico da segunda etapa, foi feito o mapeamento do espaço de vida individual, que refletiu como cada espaço de vida é configurado de acordo com as relações espaciais e vivências atuais e cotidianas dos indivíduos, com seus aspectos particulares, circunstanciais e experienciais. Face às condições objetivas e subjetivas de oportunidades disponíveis, a mobilidade espacial pode ser acionada como uma das estratégias adotadas para acessar essas oportunidades. Além disso, foi possível observar a mobilidade enquanto projeto de vida dos estudantes, envolvendo o desejo de retorno ao local de origem ou uma continuação da situação de mobilidade no futuro. Ou seja, além das questões individuais, deve ser levado em consideração também os aspectos conjunturais, uma vez que há grande relevância da Geografia de Oportunidades para o acesso ao ensino superior.
