ANTROPOGÊNESE DO RELEVO POR MINERAÇÃO: UMA ABORDAGEM VOLTADA PARA O DIAGNÓSTICO DE SEUS EFEITOS A PARTIR DO ESTUDO DE ITAOCA

Nome: JULIANA MENDES FRECHIANI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/08/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EBERVAL MARCHIORO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE LUIZ NASCENTES COELHO Examinador Interno
CENIRA MARIA LUPINACCI DA CUNHA Examinador Externo
EBERVAL MARCHIORO Orientador

Resumo: A presente pesquisa tem por finalidade analisar e comparar as mudanças
morfológicas do relevo advindas de interferências antrópicas. Optou-se pela escolha do distrito de Itaoca, Cachoeiro de Itapemirim, no Estado do Espírito Santo-Brasil, pois se encontra impactado pela extração de rochas ornamentais a fim de atender ao mercado internacional. O estudo resultou na aplicação do mapeamento geomorfológico retrospectivo na comprovação da transformação da paisagem, como alteração na hidrografia e formação das lagoas antrópicas, para o período entre 1970 a 2012/15. Para o desenvolvimento das análises, serão consideradas alterações no uso e cobertura da terra nos anos de 1970, 2007/08, 2012/15 e 2019, apontando nas relações das atividades econômicas, principalmente de exploração e beneficiamento de rochas ornamentais, as alterações da morfologia. As mudanças na hidrografia foram descritas por parâmetros morfométricos no intuito de correlacionar as implicações das ações humanas sobre os processos naturais, permitindo comprovar e dimensionar tais alterações sobre o meio físico. Num primeiro momento, foi realizado o levantamento bibliográfico e cartográfico. Posteriormente, realizaram-se análises de fotointerpretação e elaboração do mapeamento geomorfológico baseado nas propostas de Tricart (1965), Verstappen e Zuidam (1975), Simon (2007), Valeriano (2008) adaptado de Dikau (1990), Florenzano (2008) adaptado de Dent e Young (1981), Paschoal, Conceição e Cunha
(2010), Valeriano e Albuquerque (2010) e Paschoal (2011, 2014). Como resultado, verificou-se a expansão da classe de mineração entre 1970 a 2012/15 na porção nordeste, impactando diretamente o relevo e concretizando o surgimento de morfologias antropogênicas, como a expansão das lagoas antrópicas. Os canais fluviais foram reduzidos no que se refere ao comprimento do rio principal, comprimento total dos canais e densidade de drenagem. Além disso, observou-se a diminuição das ordens hierárquicas entre 1970 a 2012/15, num intervalo de cinquenta anos. O mapeamento geomorfológico na escala 1:10.000 demonstrou que a ação do homem sobre a morfologia foi determinante para a criação de novos padrões de fluxos, influenciando diretamente na deposição na área de acumulação da planície fluvial. As escavações acarretaram a descaracterização de interflúvios arredondados e a criação de superfícies retilinizadas, provocando o predomínio de formas de vertentes côncava e retilínea planar. Desta forma, foi possível constatar o homem como agente geomorfológico e a cartografia geomorfológica como importante instrumento no fornecimento de informações, subsidiando o planejamento das ações humanas sobre o meio físico que se desenvolve.

Palavras-chave: Antropogeomorfologia. Mapeamento Geomorfológico. Rochas
Ornamentais. Geomorfologia.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910